segunda-feira, 2 de agosto de 2010

BIOGRAFIA DO PATRONO DA ESCOLA

BIOGRAFIA DO PATRONO DA ESCOLA




Chico Santeiro, nosso mais famoso escultor popular, o primeiro de que se tem notícia em Natal, segundo Veríssimo de Melo. É de supor que, tendo a alcunha de Chico Santeiro, seu nome verdadeiro fosse Francisco acrescido do nome de família. Não era. Seu nome verdadeiro é Joaquim Manoel de Oliveira e que muita gente ignora, contrariando todas as previsões. O apelido foi posto pelo advogado natalense Paulo Viveiros.

Chico Santeiro, que era filho do paraibano Manuel Francisco Xavier, casado com Idalina Maria da Conceição, (segunda esposa de Xavier) nasceu no lugar Tinguijada, município de Santo Antônio do Salto da Onça, no Rio Grande do Norte.

Herdou do pai o gosto da escultura em madeira e, menino ainda talhava na imburana pequenas imagens de santo que vendia ou trocava por outros objetos. Veríssimo de Melo cita o caso da troca de um São João pequenino por um filhote de cachorro pelo qual Chico se apaixonara. Concluída a transação, apareceu o verdadeiro dono do cachorro que mal-satisfeito com o negócio terminou matando o animal a tiros o que provocou tremendo trauma no menino Chico, não obstante a indenização recebida.

Antes de fixar em Natal, Chico Santeiro morou em diversas cidades do Rio Grande do Norte, exercendo o ofício de santeiro, entalhando imagens ou consertando os santos da igreja.

Em 1932, casou-se em Goianinha com Maria Félix de Oliveira, que lhe deu nove filhos, três dos quais morreram.

Chico Santeiro deve ter vindo para Natal na década de quarenta. Morou na Av. Bernardo Vieira, no antigo “carrasco” na beira da linha do trem. Posteriormente passou a residir na Praia de Areia Preta, vizinho á Capela de São Francisco, em casa cedida pelo comerciante Sérgio Severo. Dali Chico mudou-se para a rua Guanabara, n} 56 – A no morro de Mãe Luiza, onde morreu e onde até hoje reside sua família. A casa foi uma doação do prefeito Djalma Maranhão.

Dos nove filhos de Chico, Irene, já falecida foi a que mais se destacou como continuadora do seu trabalho. Seu esposo José Bezerra da Silva, residindo atualmente na cidade de Natal também se distingue como herdeiro da arte do velho Santeiro Antônio Felix Filho foi outro que herdou o seu ofício.

No começo de sua vida de escultor popular Chico, entalhava santos e crucifixos. Um dia o prof. Protásio Melo, seu freguês de santos propôs-lhe esculpir na madeira um desenho de Fabião das Queimadas feito pelo prof. Hostílio Dantas. Foi o início da diversificação do seu trabalho. A partir de então ele passou a esculpir os mais variados tipos regionais do Nordeste: cangaceiros, beatos, vaqueiros, carreiros, além de outra figuras que lhe eram encomendadas.

Hoje, há peças de Chico Santeiro espalhadas em diversas coleções particulares, principalmente em algumas coleções públicas do Estado como as da Escola doméstica de Natal; do Diário de Natal; da Capitania das Artes e outras. Uma coleção citada por Veríssimo de Melo é a que existe no Museu da Universidade Federal do Ceará. Até no Vaticano há peças do escultor . O Dr. Paulo Viveiros em visita ao Papa Pio XII, fez-lhe presente de uma imagem do Cristo crucificado que hoje deve integrar o acervo d e Arte da Santa Sé. Veríssimo fala ainda de dois Cristos em tamanho grande feitos por encomenda para o presidente Kennedy e para a Escola de Música do Rio Grande do Norte

Chico Santeiro dedicou sua vida inteira a enriquecer o patrimônio artístico do nosso Estado, com os frutos do seu maravilhoso trabalho